O Clube Renascença, território memória de belezas pretas, nasceu de uma interdição de corpos de mulheres e homens negros. Desta restrição/opressão ao corpo preto, a festa, ao lazer, ao convívio social, surgiu a gargalhada farta e contagiante, pois "um sorriso negro, um abraço traz felicidade", o Renascença espaço para celebrar a vida de negras, negros e negres.

 

A Festa Literária do Renascença - FLIR convida para celebração das culturas pretas com rodas de conversa, shows de samba, exposição de fotos, além da divulgação das artes de empreendedoras e empreendedores, visando fortalecer a cadeia de produção criativa em suas pluralidades. É o nosso Rena expandindo sua potência para além das margens territoriais do Rio de Janeiro, chegando ao Brasil e ao mundo. Uma festa literária para celebrar a palavra viva no papel, no corpo com tintas, salivas, memórias, paixão, desejo e o gozo de existir.

 

Há, neste movimento de vida em palavras, a filosofia de mandingas ancestrais, a ginga de capoeira e o samba miudinho. A poética de encantamento em "pretuguês" materializa a liberdade. Ao contar nossas histórias, nos aproxima e nos desloca em tempos/territórios de opressão e morte, para o gozo de ser quem somos amanhã, ontem e hoje.

No futuro espelha-se a ancestral potência da re-existência presença às determinações do saber hegemônico colonial, racista, machista e LGBTfóbico.

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Selma Maria | Curadora
Equipe FLIR